Gestos como rastros inacabados (2023)
Apoiado em um processo arqueológico de coleta de quadros e fotografias antigas, foi realizado um recorte apenas nas mãos das personagens, procurando entender de que maneira esses corpos foram se moldando ao longo da história e como o ato fotográfico serviu para afirmar esses modelos de representação — de fragilidade e sutileza que sempre foram relacionados ao físico da mulher. No entanto, mesmo sendo às vezes muito semelhantes, essas mãos trazem sempre um aspecto e um novo detalhe, evidenciando os atravessamentos provocados por novos discursos da época. Formado por nove fotogravuras, o trabalho Gestos como Rastros Inacabados traz as mãos de mulheres presentes em álbuns de família misturadas com outras representadas em quadros de épocas diferentes. Essas imagens foram gravadas no papel japonês Maruishi Cream 9 g, que deixa aqueles gestos quase transparentes — como discursos pulverizados que permeiam o imaginário social. O fato de serem em formatos pequenos faz com que o público tenha que se aproximar da obra para enxergar o que está gravado, fazendo com que esta atenção torne visível o que antes era difícil de ver.
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Fotogravura sobre papel japonês Maruishi Cream 9g.
19,5 x 16 cm.
2023.
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